Fonte: Diário Económico
A Nigéria recebeu 2,25 mil milhões de dólares em antecipação por fornecimentos de petróleo ao abrigo de um acordo financeiro organizado pelo Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank), anunciou esta segunda-feira (15) a instituição financeira.
“O Afreximbank garantiu um empréstimo sindicado de pagamento antecipado de petróleo bruto no valor de 3,3 mil milhões de dólares, patrocinado pela Companhia Nacional de Petróleo da Nigéria (NNPCL), tendo sido já efectuado um desembolso inicial de 2,25 mil milhões de dólares, com a segunda tranche de 1,05 mil milhões de dólares a ser desembolsada em breve”, lê-se no comunicado enviado à Lusa.
O financiamento antecipado da venda de petróleo é considerado “histórico” pelo Afreximbank, que sublinha que o valor deste mecanismo financeiro “é o maior da Nigéria e um dos maiores empréstimos sindicados [com vários investidores] obtidos em África em 2023”, depois de terem sido feitos acordos semelhantes em países como Angola, Chade ou Egipto.
A Nigéria vai pagar uma taxa de juro de 6% durante os cinco anos de vigência do contrato, permitindo uma injecção imediata de liquidez que vai “melhorar a estabilidade macroeconómica e o crescimento económico de longo prazo e, ao mesmo tempo, garantir o acesso a matérias-primas e o desenvolvimento comercial”, aponta-se ainda no comunicado.
Para o presidente da instituição financeira, Benedict Oramah, o acordo agora anunciado é especialmente importante porque demonstra não só a confiança nas autoridades da Nigéria, o maior produtor de petróleo da África Subsaariana, como também a disponibilidade dos investidores para investirem no final do ano.
“Este mecanismo mostra o empenho do Afreximbank em ajudar as economias africanas quando essa assistência é mais necessária; estamos prontos para apoiar os países-membros nas alturas boas e nas difíceis”, comentou o responsável, salientando que “apesar das dificuldades típicas do final de ano, os nossos parceiros e investidores juntaram-se e angariaram os fundos requeridos num tempo recorde”.
Para o presidente executivo da NNPCL, Mele Kolo Kyari, “a participação de empresas globais, internacionais e regionais na sindicância é mais uma prova de que os investidores mantêm o apetite pela Companhia Nacional de Petróleo da Nigéria e mostra uma sólida confiança do mercado do país”.
A Nigéria, a nação mais populosa e a maior economia da África Subsaariana, é também o maior produtor de petróleo na região, seguida de Angola, mas tem tido dificuldades em relançar o crescimento da produção, afectada por problemas de manutenção dos poços e frequentes roubos de petróleo.
O país produz actualmente cerca de 1,25 milhões de barris diários, podendo ir até aos 1,5 milhões por dia ao abrigo do acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), apesar de o Governo garantir que a produção poderá aumentar para até dois milhões de barris diários durante este ano.