Fonte: O País
Os alunos irão retomar as aulas presenciais do ponto em que foram suspensas, não obstante às aulas à distância, já em curso, esclareceu, hoje, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.
Para não causar transtornos ao plano curricular e evitar que haja disparidade no processo de aprendizagem durante os 30 dias de suspensão das aulas presenciais, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano garante já ter em carteira estratégias em manga. O sector reconhece que oferecer conteúdos online aos alunos não dá garantias de que os conteúdos serão assimilados.
“Nós não temos certeza absoluta de que, mesmo tendo os dispositivos tecnológicos disponíveis em casa, os alunos vão estudar. Por isso, tomamos a decisão de que, quando retornarmos às aulas presenciais, os professores deverão começar por onde terminaram antes da suspensão”, explicou Gina Guibunda, porta-voz do Ministério.
Questionada sobre o aumento significativo dos casos da COVID-19 nas escolas, Guibunda disse que o sector já previa a suspensão das aulas, por isso manteve activos todos os mecanismos que possibilitem com que os alunos tenham aulas em casa.
“Os alunos têm os livros, as aulas na televisão, rádio e fichas de exercícios, portanto, desta forma, podem dar continuidade à aprendizagem que vinham tendo”, referiu a gestora.
A representante do sector disse reconhecer deficiências no sistema de aulas à distância, pelo que os conteúdos não serão para efeitos de avaliação. Guibunda explicou ainda que os exercícios e matérias que serão entregues aos alunos servirão, não apenas para ocupar os alunos, mas também para exercitar algumas matérias anteriormente leccionadas.
Sobre avaliações e outras actividades que tinham sido marcadas para este período, que calha com a suspensão, a gestora explicou que os planos de trabalho são flexíveis, por isso há espaço para remarcações para depois da suspensão.
“Todas as escolas estão orientadas para que os conteúdos a serem ministrados, bem como as avaliações e outros processos, aconteçam depois desta suspensão. Já temos experiência das outras interrupções”, disse.
Educação “culpa” sociedade pelos casos da COVID-19 nas escolas
Sobre o aumento de casos da COVID-19 nas escolas, Gina Guibunda desdramatizou e cobrou maior responsabilidade à sociedade.
“A escola está inserida numa comunidade. Isto significa que os casos que ocorrem na escola são resultado do que se assiste na comunidade. Não significa que os alunos e docentes contraíram a doença na escola. Nada indica que os casos tenham, efectivamente, surgido na escola. Por isso, o nosso apelo é que haja reforço das medidas de prevenção em todos os lugares, para evitarmos que não prejudiquemos as nossas crianças”, concluiu.
A porta-voz do Ministério da Educação assegurou que a paralisação das aulas deverá ser usada para a desinfecção das escolas que mais casos registaram