Fonte: Carta Mz

Uma operação conjunta entre as forças moçambicanas e ruandesas resultou na ocupação das principais posições dos grupos armados ao redor da vila de Mocímboa da Praia, “quartel-general” dos insurgentes, disseram hoje à Lusa várias fontes.
Mocímboa da Praia, onde foi registado o primeiro ataque dos grupos insurgentes em outubro de 2017, encontra-se cercada pela força conjunta e poderá ser recuperada, “a qualquer altura”, referiu uma fonte ligada ao Exército moçambicano.
A força conjunta ocupou as posições dos insurgentes em Awasse e Diaca, em Mocímboa da Praia, tendo apreendido diverso material bélico dos rebeldes e abatido vários membros dos grupos armados, disse à Lusa outra fonte, ligada ao Ministério da Defesa de Moçambique, que acrescentou que as operações contam com o apoio da aviação militar.
Após as operações da força conjunta, o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique visitou a localidade de Awasse, onde garantiu que a intenção é permanecer nos pontos ocupados.
“A tendência é de melhorar cada vez mais naqueles pontos onde as Forças de Defesa e Segurança, em conjunto com as forças ruandesas, estão a conquistar”, declarou à comunicação social Bernardino Rafael, avançando que os terroristas em Mocímboa da Praia vandalizaram várias infraestruturas, com destaque para a rede elétrica.
A vila costeira de Mocímboa da Praia, por muitos apontada como a “base” dos insurgentes, é uma das principais do norte da província de Cabo Delgado, situada 70 quilómetros a sul da área de construção do projeto de exploração de gás natural conduzido por várias petrolíferas internacionais e liderado pela Total.
A vila tinha sido invadida e ocupada durante um dia por rebeldes em 23 de março do ano passado, numa ação depois reivindicada pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, e foi, em 27 e 28 de junho, palco de longos confrontos entre as forças governamentais e os grupos insurgentes, o que levou à fuga de parte considerável da população.