Fonte: Diário económico
O embaixador da Rússia em Moçambique, Alexandre Surikov, manifestou, na passada sexta-feira, 2 de Janeiro, a disponibilidade de Moscovo para apoiar o País na luta contra o terrorismo em Cabo Delgado, em caso de pedido, salientando, no entanto, que o apoio que as forças nacionais estão a receber é suficiente.
“Se Moçambique pedir alguma coisa, nós estamos lá, mas a situação não é tão dramática agora”, disse Alexandre Surikov, reagindo a uma questão colocada pela Lusa, à margem de um evento no Palácio da Ponta Vermelha, residência oficial do Presidente de Moçambique.
A agência explica que, para o embaixador russo, a situação operacional das forças moçambicanas, apoiadas pelo Ruanda e pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), está a registar progressos e não parece haver necessidade de mais intervenientes no terreno, embora o Governo moçambicano saiba que “pode sempre contar com a Rússia”.
“Temos muitos anos de experiência de cooperação na esfera militar com Moçambique. Ajudámos este país a construir as suas forças armadas e conhecem perfeitamente as nossas capacidades. Se precisarem de alguma ajuda específica, estamos sempre à disposição”, sublinhou Alexandre Surikov.
A província de Cabo Delgado enfrenta uma insurgência armada há seis anos, com alguns ataques reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, o que levou a uma resposta militar desde Julho de 2021, com apoio do Ruanda e da SADC, libertando distritos próximos dos projectos de gás.
Nos últimos dias, novos ataques e movimentações têm sido registados após um período de relativa estabilidade, episódios que as autoridades locais acreditam estar ligados à perseguição imposta pelas Forças de Defesa e Segurança nos distritos de Macomia, Quissanga e Muidumbe.
O Presidente da República, Filipe Nyusi, admitiu na sexta-feira (2) que o “modus operandi” dos grupos extremistas que têm vindo a realizar ataques em Cabo Delgado está a exigir medidas de segurança pesadas nos últimos dias.