Fonte: VOA
A lista inclui cinco líderes terroristas que actuam em Moçambique, Quénia, Somália, Mali e Burkina FasoWASHINGTON.
O Departamento de Estado americano declarou como “terroristas globais” e impôs sanções a cinco líderes de movimentos radicais islâmicos no continente africano, entre eles um do chamado Estado Islâmico (ISIS, na sigla em inglês), em Moçambique.
Numa ordem executiva dada a conhecer neste sábado, 7, o secretário de Estado Antony Blinken aponta Bonomade Machude Omar, também conhecido como Abu Sulayfa Muhammad e Ibn Omar, líder do Departamento de Assuntos Militares e Externos do grupo Estado Islâmico de Moçambique e que actua como comandante sénior e coordenador principal de todos os ataques realizados pelo grupo no norte de Moçambique, bem como facilitador principal e canal de comunicação do grupo”.
A nota acrescenta que “durante o ataque de Março de 2021 a Palma, Omar liderou um grupo de combatentes que atacou p Hotel Amarula, em Palma, enquanto Abu Yasir Hassan, o líder do Estado Islâmico-Moçambique, liderou outro grupo de combatentes”.
A lista é integrada ainda por Sidanag Hitta, também conhecido como Abu Qarwaniand Abu Abdelhakim al-Kidali, líder sénior e comandante responsável pela região de Kidal, no Mali, dentro de Jama’at Nasr al-Islam wal Muslimin (JNIM), um dos responsáveis pelo ataque de 20 de Janeiro de 2019 à base da MINUSMA (missão das Nações Unidas para estabilização do Mali) em Aguelhoc e por ter feito reféns na região de Kidal.
Salem ould Breihmatt, também conhecido como Abu Hamza al-Shanqitiand Hamza al-Mauritani, é um líder sénior do JNIM e emir de Arbinda e Serma na região de Mopti, também no Mali, foi designado terrorista global por ser o JNIM no Burkina Faso e especialista e instrutor em explosivos.
O Departamento de Estado também incluiu na lista o porta-voz do grupo al-Shabab, que actua na Somália e no Quénia, Ali Mohamed Rage, conhecido como Ali Dheere e que esteve envolvido na planificação de ataques naqueles dois países.
O quinto terrorista é Abdikadir Mohamed Abdikadir, também conhecido como Ikrima, facilitador e planificador operacional do al-Shabab, que em Novembro de 2019, coordenou um ataque do grupo terrorista
Como consequência dessa designação, o Departamento de Estado diz que “entre outras consequências, todas as propriedades e interesses na posse desses indivíduos devem ser bloqueados e comunicados ao Departamento de Controlo de Activos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro” e também “as pessoas que participem de negócios (com eles) podem estar expostas à mesma classificação”.
Por outro lado, a nota acrescenta que“qualquer instituição financeira estrangeira que conscientemente facilite uma transacção financeira importante ou forneça serviços financeiros às pessoas sancionadas hoje” pode estar sujeita a medidas e sanções.
O Departamento de Estado reitera que “os Estados Unidos estão empenhados em interromper os métodos de financiamento do Estado Islâmico-Moçambique, JNIM e al-Shabaab – todos sancionados como organizações terroristas estrangeiras – limitando os seus meios para conduzir novos ataques contra civis e apoiar os nossos parceiros nos esforços para cortar o financiamento do terrorismo”.
Nesse sentido, Antony Blinken conclui enfatizando que “enfrentar a ameaça terrorista em todo o continente exigirá trabalhar em estreita colaboração com os nossos parceiros para reduzir a capacidade e as operações desses grupos terroristas, através do combate ao seu controlo e influência no oeste, leste e sul da África”.