Fonte: O País
Vários salões de cabeleireiro e locais para a lavagem de viaturas, na cidade de Maputo, abriram hoje ao público, violando o decreto do Conselho de Ministros sobre a contenção da propagação da pandemia da COVID-19, neste período de Situação de Calamidade Pública. Alguns proprietários alegam desconhecimento da lei e outros falam da necessidade de obter recursos para sua sobrevivência.
Enquanto durar a Situação de Calamidade Pública no país, devido à COVID-19, os centros comerciais funcionam das 09h00 às 16h00, de segunda-feira a sábado, e das 09h00 às 15h00, aos domingos, feriados e dias de tolerância de ponto, segundo o último decreto do Conselho de Ministros.
Porém, o dispositivo legal proíbe o funcionamento dos demais estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços aos domingos, feriados e dias de tolerância de ponto. O jornal “O País” fez uma ronda por alguns locais da capital do país onde constatou que no terreno acontece o contrário. Os salões de cabeleiro alegam que desconhecem o decreto.
“É a primeira vez que ouço que não posso abrir o meu salão aos domingos, não tinha conhecimento disso. Mas a fome é que nos obriga a desobedecer algumas normas, neste caso, trabalhar aos domingos. Estamos a tentar fechar a baixa produtividade diária. O ditado diz, saco vazio não fica em pé” disse Augusto Cumbe, proprietário de um salão de cabeleireiro.
Outro cidadão aponta a falta de recursos para sobrevivência como a razão da sua desobediência à norma que impõe restrições no funcionamento dos salões de cabeleireiro.
“Com pouca gente a se casar o nosso trabalho ficou muito mais complicado, para obtermos rendimento não podemos nos dar o luxo de ficar encasa aos domingos, precisamos produzir para combater a fome, temos que sair a rua mesmo com a doença” – afirmou Manuel Coelho, Cabeleireiro.
Para Yara Dinho, os salões de cabeleireiro deviam abrir aos fins-de-semanas, pois são os dias em que as pessoas têm mais tempo para cuidar de si.
“As medidas tem as suas desvantagens porque as pessoas tem mais tempo aos domingos para cuidar de si, da sua aparência e estado, então, acho que prejudica o cidadão no geral assim como para os que trabalhadores”, disse Yara Dinho, cidadã.
As violações do decreto do Conselho Ministros sobre a contenção da propagação da pandemia da COVID-19 ocorrem também nos locais reservados à lavagem de viaturas. Os proprietários e trabalhadores de alguns desses lugares, onde “O País’ esteve, não quiseram falar sobre o assunto.