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Director-Geral da LAM fora do mandato desde setembro de 2023

João Carlos Pó Jorge foi nomeado Director-Geral da LAM pela assembleia-geral extraordinária da empresa, realizada a 23 de julho de 2018. Com ele, foram também nomeados os directores de Operações, Técnica, Finanças, Comercial, Recursos Humanos e do Sistema de Informação e Aprovisionamento.

Fonte: IntegrityMagazine

A ideia, segundo os accionistas, que incluem o Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), era que a nova direcção assegurasse o normal funcionamento da empresa. Paradoxalmente, a companhia aérea nacional conheceu momentos de crise, caracterizados por dívidas com as gasolineiras, problemas técnicos constantes das aeronaves e incumprimento de horários.

A LAM entrou numa situação de falência. Na busca de soluções para tirar a empresa do vermelho, o Governo passou, em abril de 2023, a gestão para uma comissão de gestores internacionais, liderada pela companhia sul-africana Fly Modern Ark (FMA). Na altura, o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, manifestou a sua insatisfação com o actual nível de gestão das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e destacou a necessidade de mudança de liderança e pensamento.

Para Magala, a companhia de bandeira tem potencial para orgulhar a nação moçambicana, reconhecendo que o desempenho da operadora queremos lamentar, porque nós como grupo, nem se quer tivemos espaço para dizer o mérito ou o demérito da consecução destas propostas.

O Director-Geral das Linhas Aéreas de Moçambique, LAM, João Carlos Pó Jorge, no cargo desde julho de 2018, está fora do mandato, e em setembro de 2023, passou à reforma. Mesmo assim, de acordo com resultados da sindicância levada a cabo pela empresa responsável pela reestruturação da companhia aérea nacional, João Carlos Pó Jorge continua a receber o salário correspondente à função de Director-Geral, na ordem de 600 mil meticais, e a pensão de reforma, no valor de 350 mil meticais, facto que está a gerar celeuma no Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE).

Entretanto, as reformas em curso na LAM, a cargo da empresa sul-africana Fly Modern Ark (FMA), estão a desvendar aquele que pode vir a ser o maior escândalo de desvio de dinheiro na empresa, através de máquinas dos terminais de pagamento automático (TPA/POS), que não são da companhia, e de descontos de cheques sem cobertura, cujo caso, segundo apurou o PÚBLICO, já está sendo investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Está abaixo dos níveis desejáveis e vincou, sem se referir a João Pó Jorge, que a LAM carece de uma liderança fortificada, mentalidade criativa, transparência e foco.

Todavia, com a entrada da FMA, a LAM tem vindo a registar avanços significativos, como a introdução de novas rotas nacionais e internacionais. Aliás, as reformas em curso, incluindo os problemas técnicos operacionais que se verificavam, levaram ao afastamento do Director financeiro, bem como, da área técnica, comercial e operações. Misteriosamente, estes ex-directores, mesmo sem exercer funções, já com mandato fora de prazo desde janeiro, continua a receber também o salário correspondente à função de Director-Geral, na ordem de 600 mil meticais.

Este facto está a causar estranheza e repulsa nas hostes do IGEPE alegadamente porque, a partir do momento em que passou à reforma e a receber a respectiva pensão, deveria ter abdicado do salário de Director-Geral. Mas não!

Na mesma situação de fora de mandato, segundo apurou o PÚBLICO, encontra-se a Presidente do Conselho de Administração do IGEPE, Ana Coanai. Em dezembro de 2023 foram bonificados incluindo o Director-Geral da LAM com cheques de três milhões de meticais para Pó Jorge e dois milhões de meticais para os restantes antigos directores, emitido pelo IGEPE. Há barulho no IGEPE por causa deste assunto.

Outro barulho e, talvez, motivo da desgovernação que se assiste na companhia, resulta do facto de o Director-Geral da LAM, João Pó Jorge, ter ido à reforma em setembro de 2023, e passado, consequentemente, a receber uma pensão mensal de 350 mil meticais. Em simultâneo, João Pó Jorge, razões da desgovernação.

No entanto, desde setembro de 2023, recebe dois ordenados: o primeiro relacionado com a sua pensão de reforma, no valor de 350 mil meticais, e, o segundo, pelo cargo de Director-Geral da companhia, no valor de 600 mil meticais Procuradoria-geral da República (PGR), que já recebeu a “queixa-dossier”, trabalha no assunto.