Fonte: O País
Comentadores do programa “Noite Informativa”, da STV Notícias, defendem que o julgamento do escândalo das dívidas ocultas poderá gerar desbloqueamento da ajuda da comunidade internacional a Moçambique. Os intervenientes dizem, ainda, que o julgamento poderá influenciar na escolha do próximo presidente do país.
Para Ismael Mussá, comentador do programa informativo, a expectativa é que este julgamento decorra de forma célere “e não o que aconteceu com o processo todo que levou ao julgamento, aquela lentidão toda; que a gente possa em definitivo esclarecer o caso e responsabilizar as pessoas”.
“Mas o que nós queremos, em última instância, é que as portas se abram para Moçambique, que o país volte a receber ajuda internacional, volte à normalidade no sistema financeiro internacional”, acrescentou Mussá.
O comentador foi mais além ao afirmar que a condenação de alguns membros do partido no poder, FRELIMO, envolvidos no escândalo das dívidas ocultas “poderá criar efeitos colaterais no partido e na estrutura política do país”. Mussá acredita que o julgamento não é uma questão fácil, tanto para o juiz, como para quem esteja no poder hoje.
Falando sobre o julgamento dos envolvidos, Ismael Mussá destacou a possibilidade de existir inocentes, acrescentado que “nada melhor do que um julgamento para clarificar as coisas. Nós queremos que as coisas sejam clarificadas”.
Para Dércio Alfazema, outro comentador, “as dívidas ocultas colocavam Moçambique numa situação de embaraço, no sentido em que o país era contado nos índices de avaliação de corrupção, como sendo um país bastante corrupto e que não demostrava sinais de melhoria”.
Por seu turno, Américo Ubisse, que também interveio no programa, reforçou que é papel das autoridades de justiça proceder diligentemente na resolução deste problema, que há muito manchava o país a nível internacional, recordando que o escândalo contribuiu para a crise económica que atingiu vários cidadãos.
O julgamento do caso das dívidas ocultas está previsto para o próximo dia 23 de Agosto.