Fonte: AIM
Manuel de Araujo, prefeito da cidade central moçambicana de Quelimane, disse que pode concorrer à Presidência do principal partido da oposição, Renamo.
Em entrevista à agência de notícias portuguesa Lusa, Araujo disse: “Se eu notar que não há candidato que atenda aos interesses dos jovens, que responda aos interesses das mulheres, que atenda aos interesses dos veteranos que lutaram pela liberdade, naquele momento eu, como militante do partido, me sentirei obrigado a concorrer como candidato alternativo”.
Araujo é o político mais bem-sucedido de Renamo. Ele foi eleito prefeito de Quelimane quatro vezes – em uma eleição suplementar para prefeito em 2011, e em três eleições municipais em todo o país, em 2013, 2018 e 2023. Em 2011 e 2013, ele se apresentou como candidato a prefeito do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), mas em 2018 ele desertou do MDM e mudou sua lealdade para o Renamo.
Cinco pessoas agora indicaram seu interesse em concorrer à presidência do Renamo. Eles são o titular, Ossufo Momade, Elias Dhlakama, que é o irmão mais novo do falecido líder do Renamo, Afonso Dhlakama, ex-parlamentar da Renamo e conselheiro de Momade, Juliano Picardo, e as duas faces mais visíveis do Renamo nas eleições municipais do ano passado – Araujo, e o candidato do Renamo a prefeito de Maputo, Venancio Mondlane.
Até esta semana, Mondlane também era conselheiro político de Momade, mas agora ele foi removido desse cargo. De acordo com o porta-voz nacional da Renamo, Jose Manteigas, citado pela estação de televisão independente STV, a demissão de Mondlane do cargo de conselheiro não tem nada a ver com seu desejo de se tornar líder da Renamo.
Pelo contrário, pretende-se dar a ele mais tempo para preparar sua campanha para a posição de topo do partido.
O sucessor de Momade deve ser decidido em um congresso do Renamo. O Congresso que elegeu a Momade foi realizado em janeiro de 2019, e o mandato de cinco anos da Momade expirou na terça-feira. Mas nenhuma data foi fixada para o próximo Congresso, ou mesmo para uma reunião do Conselho Nacional Renamo.
Araujo insistiu que a Renamo deve obedecer aos seus próprios estatutos e organizar rapidamente reuniões do Conselho Nacional e do Congresso. Ele observou que Renamo se autodenomina “o pai da democracia”. Isso não deve ser apenas um slogan, disse ele, mas deve ser colocado em prática.
Ele acrescentou que um novo mandato como presidente da Renamo seria possível para Momade, mas “somente se ele passar por uma metamorfose”, a fim de se tornar mais preparado, forte e ativo.