Fonte: DW
Militares moçambicanos e ruandeses ocupam posições em Awasse e Diaca e anunciam apreensão de armas e munições. Operação têm apoio aéreo e acontece ao redor da vila de Mocímboa da Praia.
Uma operação conjunta entre as forças moçambicanas e ruandesas resultou esta terça-feira (03.09) na ocupação das principais posições dos grupos armados ao redor da vila de Mocímboa da Praia, “quartel-general” dos insurgentes, disseram várias fontes a agência Lusa.
Mocímboa da Praia encontra-se cercada pela força conjunta e poderá ser recuperada, “a qualquer altura”, referiu uma fonte ligada ao Exército moçambicano.
A força conjunta ocupou as posições dos insurgentes em Awasse e Diaca, em Mocímboa da Praia, tendo apreendido diverso material bélico dos rebeldes e abatido vários membros dos grupos armados, segundo fonte ligada ao Ministério da Defesa de Moçambique, que acrescentou que as operações contam com o apoio da aviação militar.
Após as operações da força conjunta, o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique visitou a localidade de Awasse, onde garantiu que a intenção é permanecer nos pontos ocupados.
“A tendência é de melhorar cada vez mais naqueles pontos onde as Forças de Defesa e Segurança, em conjunto com as forças ruandesas, estão a conquistar”, declarou à comunicação social Bernardino Rafael, avançando que os terroristas em Mocímboa da Praia vandalizaram várias infraestruturas, com destaque para a rede elétrica.
Base dos insurgentes
Na vila costeira de Mocímboa da Praia foi registado o primeiro ataque dos grupos armados engajados em outubro de 2017. Apontada por muitos como “base” dos insurgentes, é uma das principais áreas do norte da província de Cabo Delgado, situada 70 quilómetros a sul da área do projeto de exploração de gás natural liderado pela Total.
A vila tinha sido invadida e ocupada durante um dia por rebeldes em 23 de março do ano passado, numa ação depois reivindicada pelo “Estado Islâmico”. Posteriormente, nos finais de junho de 2020, Mocímboa da Praia foi palco de longos confrontos entre as forças governamentais e os grupos insurgentes, o que levou à fuga de parte considerável da população.
As Forças de Defesa e Segurança de Moçambique contam, desde o início do mês, com o apoio de mil militares e polícias do Ruanda para a luta contra os grupos armados, no quadro de um acordo bilateral entre o Governo moçambicano e as autoridades de Kigali.