Fonte: O País
As mudanças climáticas tendem a descontrolar o ecossistema marinho na costa moçambicana. E, para fazer face às alterações climáticas, o Instituto Nacional de Investigação Pesqueira lançou esta quinta-feira, em Maputo, um projecto denominado “ReMoTURB”, avaliado em quatro milhões de dólares.
O canal de Moçambique está a enfrentar alterações climáticas, cujo impacto já se faz sentir em diferentes pontos do país. Exemplo disso é a ocorrência, com frequência, de intensos ciclones nos últimos tempos.
Uma vez que, com as alterações climáticas, os oceanos também já se ressentem do aquecimento ou frio intenso em diferentes lugares, a distribuição dos ecossistemas marinhos tende a sair do controlo.
Neste contexto, o director do Instituto Nacional de Investigação Pesqueira, Jorge Mafuca, aponta algumas soluções que, segundo ele, não devem ser isoladas para colmatar o problema.
Como pontapé de saída, o Instituto Nacional de Investigação Pesqueira desenvolveu o Projecto de Pesquisa Marinha da Plataforma Continental de Moçambique, denominado “ReMoTURB”, que estará focado nos processos de descrição dos oceanos e recursos pesqueiros na costa moçambicana.
“Com esse projecto, pretendemos ir para o mar buscar dados que nos permitam dizer como é que estamos sob o ponto de vista de recursos pesqueiros. Mas também queremos fazer o uso de dados históricos que nos permitam dizer como é que estivemos até aqui e fazermos, depois, projecções para daqui a 100 anos e vermos como é que nós estaremos com as esperadas alterações das mudanças climáticas”, explicou Mafuca.
A fonte avançou que o projecto está avaliado em quatro milhões de dólares, tem a duração de quatro anos e esperam-se encontrar soluções necessárias para responder às alterações climáticas que ocorrem ao longo do país.
Com o programa, espera-se, ainda, a produção de conhecimento que permitirá ao país saber qual é a direcção que vai ter de tomar, sob o ponto de vista dos recursos pesqueiros.
“Nós sabemos que o aumento da população de Moçambique, nos próximos anos, vai implicar maior necessidade de comida, mas, com essas alterações, nós não sabemos como é que, de facto, os animais vão comportar-se se houver maior ou menor produtividade, porque se espera que, com essas alterações, alguns dos animais tenham de mudar a localização”, avançou o responsável.
Para além do projecto “ReMoTURB, Jorge Mafuca sublinhou que os esforços para a manutenção dos recursos marinhos continuam e, esta semana, foi lançado o programa de restauração do mangal, que tem sido devastado nos últimos anos.