Fonte: Jornal Económico
Para uma total transparência, os voluntários não vão ter conhecimento da vacina administrada, de forma a não toldar as avaliações. Na primeira fase vão ser recrutados 30 voluntários em hospitais.
A Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde autorizou a realização do primeiro ensaio clínico em humanos com a vacina PHH-1V, desenvolvida pela empresa Hipra, avança o “El País”, esta quarta-feira.
O ensaio vai permitir comparar os efeitos da primeira vacina espanhola com outras já licenciadas e atualmente em administração no mundo. A primeira fase do ensaio pretende garantir segurança, imunogenicidade (ativar sistema imunológico e induzir resposta) e a eficácia em comparação com outras aprovadas.
Para uma total transparência, os voluntários não vão ter conhecimento da vacina administrada, de forma a não toldar as avaliações. Na primeira fase vão ser recrutados 30 voluntários em hospitais.
Para um estudo mais completo, o ensaio clínico vai administrar uma terceira dose da vacina da Pfizer/BioNTech, Moderna e também da vacina desenvolvida pela Hipra, uma vez que se baseia no sistema mRNA.
A vacina “é baseada em duas proteínas estruturalmente semelhantes, uma correspondendo à variante alfa e outra à variante beta, que se unem para formar uma estrutura única chama dímero, e que são acompanhadas por um componente que aumenta a resposta imunológica”, esclareceu a Agência Espanhola de Medicamentos ao “El País”. O objetivo é que estas proteínas, no seu conjunto, consigam gerar uma resposta à proteína spike do vírus e o destrua antes de atacarem as células humanas.
Este método é já utilizado pelas vacinas da Novavax e da Sanofi/GSK, estando à espera de autorização por parte da Agência Europeia de Medicamentos. Ainda assim, a diferença entre estas vacinas é que a espanhola utiliza proteínas de duas variantes diferentes, que já foram modificadas face ao vírus inicial, para serem mais eficazes contra novas mutações.