O primeiro-ministro húngaro defendeu hoje antes do início do Conselho Europeu que está reunido em Bruxelas e que deverá decidir sobre o futuro da adesão da Ucrânia à União Europeia, que Kiev não reúne as condições necessárias para começar a preparar a integração europeia.
Fonte: RFI
“Não há qualquer razão para discutir o que quer que seja porque as pré-condições não estão reunidas”, defendeu Orban à chegada ao Conselho Europeu esta manhã em Bruxelas. O primeiro-ministro húngaro tem sido uma das vozes mais activas contra a entrada acelerada da Ucrânia na União Europeia.
Nesta disputa em que está isolado, Viktor Orban, próximo de Moscovo, vê a possibilidade de ver desbloqueados milhões de euros de subvenções europeias que ficaram congeladas devido aos consecutivos incumprimentos do Governo húngaro em relação ao Estado de direito no país.
Mesmo sendo o único líder europeu que se opõe abertamente a esta adesão, Orban tem poder, já que a decidiu de abrir o processo formal de adesão tem de ser tomado por unanimidade entre os 27 Estados-membros. Como prova de boa-fé por parte de Bruxelas, a Comissão Europeia desbloqueou recentemente 10 mil milhões de euros de fundos congelados à Hungria, uma acção que chocou o Parlamento Europeu, que viu isto como um suborno para que este país facilitasse a adesão da Ucrânia.
Já António Costa, primeiro-ministro demissionário de Portugal, disse que a União Europeia deve ir de encontro às expectativas criadas pelas instituições e Governos junto dos ucranianos.
“A UE criou muitas expectativas junto dos ucranianos, muitos ucranianos encontraram nesta possibilidade de adesão à União Europeia as forças suplementares de que necessitavam, um suplemento de alma de que necessitavam, para se levantarem em armas e resistirem à brutalidade da invasão da Rússia”, considerou António Costa na quarta-feira à entrada para uma cimeira entre a UE e os países dos Balcãs Ocidentais, em Bruxelas.
Segundo um relatório da Comissão Europeia, a Ucrânia não cumpre pelo menos três critérios de adesão, mas foi mesmo assim recomendado que o processo continue, já que as reformas a nível judicial e político estão a ser levadas a cabo.
O Conselho Europeu que decorre entre hoje e manhã, e que pode ser prolongado caso as negociações continuem, deve também dar luz verde à atribuição de um pacote de 50 mil milhões de euros para financiar a adaptação da Ucrânia aos critérios europeus durante os próximos quatro anos.