Fonte: 360Mozambique
Instituto para a Gestão de Participações Estatais (IGEPE) sugeriu que o Ministério Público deveria investigar os supostos casos de peculato e atos de sabotagem interna na Mozambique Airlines (LAM).
“O IGEPE reitera seu compromisso com a justiça, transparência e legalidade na gestão do capital público e expressa sua vontade de colaborar com as investigações com o objetivo de estabelecer a verdade”, disse a organização em um comunicado.
No documento, a instituição revelou que, tendo em vista a gravidade das informações que vieram à tona, instruiu a Fly Modern Ark (FMA) e a LAM a verificar os fatos e canalizar imediatamente as suspeitas para as autoridades competentes, enfatizando a apresentação de um pedido de investigação à Procuradoria-Geral (PGR).
Na segunda-feira (12), a consultoria contratada para recuperar Linhas Aéreas de Moçambique denunciou um esquema para desabolsar dinheiro de bilheterias através de máquinas de terminais de pagamento automático (POS) que não pertenciam à empresa.
“Fizemos um trabalho relâmpago com a segurança interna da LAM, durante o qual coletamos todos os PDV dos 20 pontos de venda de ingressos. Há algumas lojas onde os próprios gerentes não reconhecem as máquinas e dizem que nem sabem a quem pertencem”, disse o diretor do projeto de reestruturação, Sérgio Matos.
Ele acrescentou que a inspeção encontrou casos suspeitos na coleta de dinheiro nas lojas e no abastecimento de aeronaves.
Em resposta, o governo garantiu que será responsabilizado através das autoridades competentes se os atos ilegais forem comprovados. O primeiro-ministro, Adriano Maleiane, disse que o Executivo está “dentro” do assunto relacionado à suposta apropriação indevida de fundos, esclarecendo que “se for provado que as regras de gestão foram violadas, há espaço para punir os envolvidos”.
“Se for provado que a regra de gestão foi violada, isso será corrigido, e existem instrumentos legais e financeiros para resolver o problema, de modo a evitar que outros surjam. Ajudaremos a empresa e seus gerentes a encontrar o caminho certo”, explicou ele.
A LAM está passando por um processo de revitalização, com a Fly Modern Ark gerenciando-o, desde abril do ano passado. A estratégia da empresa segue anos de problemas operacionais relacionados a uma frota reduzida e falta de investimento.
A rede de voos da LAM tem 12 destinos no mercado interno. Regionalmente, voa regularmente para Joanesburgo, Dar es Salaam, Harare, Lusaka e Cidade do Cabo, enquanto Lisboa tem sido seu único destino intercontinental desde 12 de dezembro.
A companhia aérea opera mais de 40 voos por dia, usando sua frota de um Boeing 737, três Q400s, dois Bombardier CRJ 900s e dois Embraer 145s operados por sua subsidiária Moçambique Expresso (MEX).