O exército israelita desmentiu hoje que tenha pedido à Organização Mundial de Saúde (OMS) para esvaziar um armazém de ajuda médica no sul da Faixa de Gaza num prazo de 24 horas.
Fonte: Notícias ao Minuto
“Hoje, a OMS recebeu uma notificação das Forças de Defesa de Israel para retirar os nossos fornecimentos do nosso armazém médico no sul da Faixa de Gaza no prazo de 24 horas, uma vez que as operações terrestres o vão inutilizar”, anunciou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X (antigo Twitter).
“Apelamos a Israel para que retire esta ordem e tome todas as medidas possíveis para proteger os civis e as infraestruturas civis, incluindo hospitais e instalações humanitárias”, acrescentou. O organismo de defesa israelita que supervisiona as atividades civis nos territórios palestinianos respondeu também com uma publicação na mesma rede social.
“A verdade é que não pedimos para evacuar os armazéns e deixámos isso claro por escrito aos responsáveis da ONU. Esperamos que um funcionário da ONU seja, pelo menos, exato”, escreveu
Este episódio ocorre numa altura em que Israel informou a ONU, nos últimos dias, que não seria renovado o visto da coordenadora humanitária para os territórios palestinianos, a canadiana Lynn Hastings, acusada pelas autoridades israelitas de não ser “imparcial”. O exército israelita apertou o cerco no sul da Faixa de Gaza, onde dezenas de tanques entraram na segunda-feira no âmbito da sua ofensiva contra o grupo islamita Hamas, tornando a situação ainda mais perigosa para uma população encurralada pelos bombardeamentos.
O Ministério da Saúde de Gaza, dirigido pelo Hamas, afirmou que a campanha de Israel, na sequência do ataque do grupo islamita em solo israelita, a 07 de outubro, matou cerca de 16.000 pessoas.
De acordo com Israel, 1.200 pessoas, na sua maioria civis, foram mortas pelo Hamas a 07 de outubro e cerca de 240 pessoas foram raptadas e levadas para o pequeno território palestiniano. Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, pediram a Telavive que fizesse mais para evitar vítimas civis, à medida que as operações se deslocam para sul, onde muitos habitantes de Gaza procuraram refúgio depois de terem fugido do norte.
“Vimos o que aconteceu no norte de Gaza. Isto não pode servir de modelo para o sul”, afirmou o diretor regional da OMS, Ahmed Al-Mandhari, durante uma conferência de imprensa na capital egípcia.
“A intensificação das operações militares no terreno no sul de Gaza, nomeadamente em Khan Younis, corre o risco de privar milhares de pessoas de cuidados de saúde”, acrescentou.
De acordo com a OMS, o número de hospitais operacionais diminuiu de 36 para 18 em menos de 60 dias. Três deles prestam apenas os primeiros socorros básicos, enquanto os outros prestam apenas serviços parciais. No sul da Faixa de Gaza, 12 hospitais ainda estão operacionais, segundo a OMS.