Fonte: Carta mz
O antigo presidente da República, Armando Guebuza, vai ser ouvido em Tribunal, como declarante, no âmbito do processo das dívidas ocultas, em julgamento que será televisionado. O actual Presidente Filipe Nyusi, que na altura da montagem do calote era Ministro da Defesa de Guebuza, está fora da lista de declarantes. Guebuza vai ser, por assim dizer, o derradeiro declarante num processo que também envolve o seu filho, Ndambi, réu detido.
Armando Guebuza não será notificado directamente. O Tribunal Supremo, por força da Lei, deverá enviar um ofício ao Conselho de Estado, presidido por Filipe Nyusi e de que Guebuza é membro, solicitando autorização para que o antigo presidente seja ouvido.
O julgamento do maior caso de corrupção do pós-independência em Moçambique, que levou à suspensão da ajuda orçamental ao país por parte de seus parceiros externos, vai ter início no próximo dia 23 de Agosto De acordo com uma notificação do Tribunal a uma das partes, a que “Carta” teve acesso, o primeiro réu a ser ouvido será Cipriano Mutota, um antigo quadro da secreta moçambicana, o SISE. E o último réu a ser ouvido será Antônio Carlos do Rosário, a 1 de Setembro.
Por dia, o Tribunal Judicial de Maputo ouvirá dois réus. Ndambi Guebuza e Bruno Langa serão ouvidos a 24 de Agosto, Sérgio Namburete e Inês Moiane a 25, Ângela Leão a 30 de Agosto, e Gregório Leão e António do Rosário o dia 1 de Setembro.
A 2 de Setembro, o Tribunal Judicial de Maputo vai começar a ouvir as dezenas de declarantes num desfile que terá como palco a Cadeira de Máxima Segurança BO, que há 19 anos atrás acolheu o julgamento do caso do assassinato do jornalista Carlos Cardoso.
Entre os declarantes, constam os nomes de, para além de Guebuza, Victor Bernardo, Henriques Gamito, Helder Pateguana, Apolinario Panguene, Celeste Matavel, Joana Matsombe, Neuza de Matos, Victor Borges, Isaltina Lucas e Adriano Maleiane.