Fonte: Diário económico
A Associação Moçambicana de Bancos (AMB) anunciou que a taxa de juro de referência para as operações de crédito no País vai descer para 23,10% em Março, naquela que será a segunda queda registada em três meses.
Desde 2018 que esta taxa, conhecida também como ‘prime rate’, estava em queda, até ao mínimo de 15,5% em Fevereiro de 2021. No entanto, a tendência inverteu-se e começou a subir até atingir 23,50% em Abril do ano passado, e depois 24,10% em Julho.
Em Janeiro de 2024, a ‘prime rate’ regressou aos 23,50%, mantendo-se inalterada em Fevereiro, sendo que, para Março, a AMB decidiu descer a mesma para 23,10%.
Os aumentos desta taxa têm estado associados à subida da taxa de juro de política monetária (taxa MIMO, que influencia a fórmula de cálculo da ‘prime rate’), com o propósito de controlar a inflação.
Há precisamente um mês, o Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu descer a taxa de juro de política monetária, de 17,25%, valor em vigor desde Setembro de 2022, para 16,50%.
“Esta decisão é sustentada pela consolidação das perspectivas de manutenção da inflação em um dígito, no médio prazo, num contexto em que a avaliação dos riscos e incertezas associados às projecções da inflação é mais favorável”, justificou o Banco de Moçambique, após a reunião do CPMO, em 31 de Janeiro.
A criação da ‘prime rate’ foi acordada em 2017 entre o banco central e a AMB para eliminar a proliferação de taxas de referência no custo do dinheiro. Na altura, foi lançada com um valor de 27,75%.
O objectivo é que todas as operações de crédito sejam baseadas numa taxa única, “acrescida de uma margem (‘spread’), que será adicionada ou subtraída à ‘prime rate’ mediante a análise de risco” de cada contrato.