Fonte: O País
Depois de 15 dias de auscultação e encontros com várias entidades governamentais, a delegação da Millennium Challenge Corporation (MCC) diz que volta a Washington com ideias claras sobre as dificuldades, necessidades e anseios do Governo de Moçambique, no âmbito da implementação do “Compacto 2”.
Falando à imprensa, o director-executivo da MCC para Moçambique, Kannet Miller, disse ter sido bastante frutífera a visita a Moçambique e leva consigo a certeza de que muito poderá ser feito com a cooperação Moçambique-Estados Unidos de América.
“Na visita que fizemos, tivemos tempo para trabalhar com o Gabinete de Desenvolvimento do Compacto 2, para ouvir ao detalhe os interesses do Governo moçambicano, sobre os programas de investimento nas áreas de agricultura e estradas rurais. Tivemos a oportunidade de falar com vários Ministérios, por forma a ouvir as ideias, oportunidades e dificuldades, por isso voltaremos a Washington com ideias muito bem organizadas”, disse Miller, acrescentando que o objectivo deste programa é melhorar a vida dos moçambicanos e reduzir o nível de pobreza.
Na ocasião, foi confirmada a escolha da província da Zambézia como o foco do “Compacto 2”, por ter potencialidades na área agrícola, mas também por apresentar desafios a nível de infra-estruturas de transporte rural.
“A MCC está pronta para apoiar o Governo de Moçambique nas áreas e locais por ele identificados. Nos encontros com os vários Ministérios, foram identificadas várias áreas potenciais para desenvolvermos projectos que vão ajudar a reduzir a pobreza”, explicou o director-executivo da MCC.
Embora tenham sido avançados vários aspectos sobre o “Compacto 2”, a MCC continua indecisa quanto aos valores a disponibilizar para o financiamento.
“Os valores de financiamento nos projectos suportados pela MCC rondam entre os 350 e 400 milhões de dólares, mas ainda não está nada decidido. Este valor pode ser superior ou inferior, dependendo da justificação e que seja adequado para as prioridades e necessidades do país”.
Com o financiamento do “Compacto 2” quase certo para as áreas agrícola e de transporte, o Governo de Moçambique espera melhorar a vida da população, não só da província da Zambézia, mas também das regiões circunvizinhas, através da réplica dos resultados positivos.
O coordenador nacional do Gabinete de Desenvolvimento do “Compacto 2”, Higino de Marule, vê no programa em alusão uma oportunidade para atrair mais investidores nas áreas de agricultura e infra-estruturas rurais.
“Dos encontros mantidos com vários sectores, como Ministério das Obras Públicas e Habitação e o das telecomunicações, ficámos a saber das necessidades de reabilitação e, eventualmente, construção de algumas infra-estruturas portuárias no país. Se falarmos da província da Zambézia, foco do “Compacto 2”, podemos identificar o porto de Mapuze, que pode ser usado para escoamento dos produtos agrícolas para várias partes do mundo”, declarou De Marule, tendo acrescentado que o “Compacto 2” é uma oportunidade que se abre no país e que a MCC pode complementar se assim se achar oportuno, ou ainda construir novas infra-estruturas que vão facilitar o transporte dos produtos.
Na mesma ocasião, o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, agradeceu a visita e a oportunidade de, mais uma vez, o país beneficiar-se dos financiamentos do Governo norte-americano, pois, segundo disse, significa confiança pela forma como o país geriu os fundos disponibilizados no âmbito do “Compacto 1”.
Estas declarações foram feitas na última sexta-feira (13), após a visita de despedida da delegação da Millennium Challenge Corporation ao Ministério da Economia e Finanças.