Fonte: Diário económico
Portugal vai propor, durante uma reunião da Comissão Europeia, a alteração do mandato da missão de formação da União Europeia (UE), face à saída da província de Cabo Delgado da Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (Southern African Development Community Mission in Mozambique, SAMIM, em inglês).
Falando nesta terça-feira, 13 de Fevereiro, a partir do Ruanda, onde efectua uma visita de trabalho, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, explicou que a ideia é alargar por mais tempo o mandato da missão europeia, no sentido de a tornar mais abrangente.
Com a experiência que adquirimos e também com a mudança da realidade, em função da saída das tropas da SADC, vamos propor uma renovação do mandato da missão de formação da UE e uma alteração no seu período de modo que seja mais abrangente”, avançou.
De acordo com o governante, a SAMIM já começou a fazer as operações de retirada e em Junho já terá saído do teatro operacional norte, “o que deixará um certo vazio. Por isso, estamos a pensar em como continuar a apoiar Moçambique e evitar que os terroristas se aproveitem da ocasião”.
Cravinho considerou que o Ruanda é um parceiro muito importante para Portugal e, ao mesmo tempo, um país que presta muita atenção ao continente africano, sendo actualmente um protagonista de primeira importância em cenários onde militares portugueses estão empenhados em ajudar, como é o caso de Cabo Delgado.
O Ruanda tem desde Julho de 2021 uma força militar autónoma destacada para combater o terrorismo que assola há mais de seis anos o norte do País, operando em conjunto com as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas.
Por sua vez, Portugal assumiu o comando da Missão de Treino da UE em Moçambique (EUTM-MOZ), iniciada em Setembro de 2022, e com um mandato de dois anos.