Ministro da Defesa sueco assegurou que não quer “apelar ao medo”, mas sim à “consciência” da população.
Fonte: Noticia ao Minuto
O ministro da Defesa da Suécia, Carl-Oskar Bohlin, alertou o país para a possibilidade de a guerra vizinha entre Rússia e Ucrânia se alastrar para o seu território.
“Pode haver guerra na Suécia”, disse o ministro no domingo, num discurso na conferência anual de segurança Folk och Försvars.
“Não é a minha intenção principal apelar ao medo, mas sim à vossa consciência. Procuro abrir uma porta: uma porta que está frequentemente fechada e confusa com as exigências e desafios da vida quotidiana. Uma porta que muitos suecos podem ter mantido fechada durante toda a vida. Uma porta para um espaço onde somos confrontados com uma questão importante: quem és tu se a guerra chegar?”, declarou Bohlin.
No mesmo discurso, o ministro considerou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, “não percebeu que estava a derrubar essa porta em cada ucraniano, em 2014”. “Quando chegamos a fevereiro de 2022, no início da invasão em grande escala, o povo ucraniano tinha, individualmente e coletivamente, estado a formular a sua resposta: ‘somos um povo, e uma sociedade, que enfrentará a guerra aberta com a resistência aberta’, e foi isso que fizeram”, clamou.
Bohlin alertou, também, que “todos têm de compreender” que na situação atual o tempo pode ser “o recurso não renovável mais precioso”. “Se há uma coisa que me mantém acordado à noite é a sensação de que as coisas estão a andar muito devagar”, alertou, atirando: “Se ainda não começou [a preparar-se], está atrasado – se não sabe como, pode perguntar a alguém que já começou ou obter respostas da Agência Sueca de Contingências Civis. É assim de simples”.
No rescaldo da invasão em grande escala da Ucrânia por parte da Rússia, que começou em fevereiro de 2022, a Suécia tem tomado medidas para reforçar a sua defesa perante os russos, nomeadamente através da sua candidatura à entrada na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), que tem enfrentado oposição da Turquia e da Hungria, impedindo a sua entrada na aliança.