Fonte: Notícias ao minuto

A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, ultrapassou em 100 milhões de meticais (1,3 milhões de euros) a meta de receitas fiscais do primeiro semestre, apesar da guerra que assola parte do território, anunciou a Autoridade Tributária (AT).
O delegado da AT na província de Cabo Delgado, Helmano Nhatitima, disse, em declarações hoje ao canal privado STV, que a cobrança de receitas atingiu 2,3 mil milhões de meticais (30,6 milhões de euros), de janeiro a junho deste ano.
Para esse período, o fisco tinha projetado um máximo de receitas de 2,2 mil milhões de meticais (29,2 milhões de euros), acrescentou Nhatitima.
O negócio da extração de rubis e outras pedras preciosas garantiu o maior quinhão de receitas que Cabo Delgado cobrou nos primeiros seis meses, prosseguiu o delegado da AT na província.
Helmano Nhatitima avançou que os ganhos registados no primeiro semestre não incluem as zonas assoladas pela violência armada, uma vez que a atividade fiscal ficou totalmente paralisada nessas áreas, situadas a norte de Cabo Delgado.
Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Na sequência dos ataques, há mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.
O combate aos insurgentes ganhou um novo ímpeto, com o envio de tropas estrangeiras para o apoio às Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas no teatro de operações em Cabo Delgado.