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Rubis de Montepuez em leilão na Índia e Tailândia

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Fonte: O País

Moçambique vai leiloar cerca de 300 mil quilates de rubis, de 16 de Agosto corrente a 12 de Setembro, na Índia e Tailândia, avançou, esta segunda-feira, o Instituto Nacional de Petróleos. A entidade anunciou, também, a abertura de entrepostos de mineiros nas províncias de Manica e Nampula.

O anúncio sobre o leilão destes minérios, nos dois países asiáticos, acontece numa altura em que a demanda pelos rubis no mercado internacional é cada vez mais crescente. O minério é, consequentemente, bastante procurado no território nacional.

Perante essa demanda, o país tem o desafio de criar e acelerar os mecanismos para melhor responder à procura na praça.

Segundo o secretário-executivo da Unidade de Gestão do Processo Kimberly, Metais Preciosos e Gemas, no Instituto Nacional de Petróleos, Carlos Elias, o procedimento de venda e compra dos rubis é da mineradora canadense Fura Mozambique Mining Limitada, que opera na província de Cabo Delgado desde 2018.

Carlos Elias não avançou os valores mínimos a ser cobrados durante o leilão, justificando que a sua publicação perante aos órgãos de comunicação despertaria as empresas estrangeiras a estipularem preços mais reduzidos, prejudicando, assim, os objectivos internos.

“Normalmente, esses valores não são anunciados antes do leilão, para permitir que cada empresa faça a sua avaliação e apresente o valor que achar que é viável para a venda e aquisição desses minerais”, afirmou Carlos Elias.

Na Índia, o leilão será na cidade de Jaipur, onde se espera a presença de 30 empresas, entre as locais, dos Estados Unidos de América e de Hong Kong, Estados que demandam muito por estes minérios.

Na Tailândia, as sessões de venda e compra de rubis decorrerão na capital do país, Banquecoque, onde poderão participar mais de 45 empresas maioritariamente locais. O  país asiático em referência tem o potencial de refinar e limpar quase 85 por cento de rubis produzidos no mundo.

Nesta operação, a mineradora conta com os serviços de uma companhia internacional especializada em leilões de diamantes e pedras preciosas. Essa empresa fez um estudo de todos os potenciais clientes que estarão presentes no leilão.

A admissão dos clientes nos locais da realização dos leilões decorre mediante o pré-registo. Cada cliente terá dois dias para fazer a verificação dos rubis e deverá colocar a sua oferta de preço no sistema de leilões antes do último dia do processo.

Para a exportação do produto, a Fura Mozambique Mining Limitada desembolsou cerca de 32 milhões de meticais em impostos para os cofres do Estado moçambicano. A esperança do Instituto Nacional de Petróleos é que, neste leilão, a factura seja ainda mais larga para a economia nacional.

“Após o leilão, vai deduzir-se a percentagem para o Estado moçambicano, falo, por exemplo, do imposto sobre a produção, entre outros direitos fiscais previstos nos termos da lei”, sublinhou.

Para dinamizar o comércio de rubis e outros minérios no país, o Instituto Nacional de Petróleos diz que serão instalados entrepostos nas províncias de Manica e Nampula. Estes centros poderão entrar em funcionamento no próximo ano.

“O entreposto comercial de Maputo já está concluído. Neste momento, estamos no processo de apetrechamento dos centros das outras províncias, que, em breve, estarão operacionais”revelou Carlos Elias.

Moçambique está, igualmente, no processo de integração dos seus rubis na plataforma internacional Kimberly, cuja efectivação poderá ser conhecida na reunião entre as equipas da avaliação e monitoria da organização e do Ministério de Energia e Recursos Minerais, em Setembro do corrente ano.

Depois de uma pausa no ano passado, a retoma de leilões de minerais relança o país no mercado internacional de venda de rubis e outras pedras preciosas.

Este é o segundo leilão de rubis produzidos no país que acontece no corrente ano. O primeiro foi da mineradora Montepuez Ruby Mining, que decorreu em formato virtual, devido às limitações impostas pela pandemia da COVID-19.

A Fura Mozambique Mining Limitada é membro da companhia Fura Gems, com sede em Toronto, no Canadá. Explora rubis no distrito de Montepuez, província de Cabo Delgado. Um quilate de pedras preciosas representa uma massa igual a duzentos miligramas.

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