Fonte: O País Online
Tende a aumentar o número de deslocados por terrorismo em Cabo Delgado, que se instalaram em Eráti, em Nampula, à procura de segurança. Para já, o Governo distrital de Chiúre diz não ter plano para as vítimas.
Depois do primeiro registo de cerca de 20 mil novos deslocados devido ao terrorismo em Eráti, província de Nampula, esta segunda-feira, as autoridades provinciais revelaram que aumentou para mais de 31 mil. De acordo com o administrador de Chiúre, de onde vêm os deslocados, o número tende a subir.
“As pessoas estão a ser assistidas pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres e por outros parceiros também, o caso do PMA e UNICEF. Então, está a haver assistência, tanto do lado do Governo, como do lado dos parceiros de cooperação. Do número inicial que eles deram, está a haver novas entradas. Portanto, neste momento, as famílias precisam de um apoio básico, daquilo que uma pessoa precisa de ter para poder governar-se”, disse o administrador de Chiúre.
É uma vaga de deslocados que surpreendeu as famílias em plena campanha agrícola, o que pode complicar a situação de sobrevivência das mesmas.
“As pessoas estavam a produzir nos seus campos de produção e saíram por alguma necessidade. O que nós esperamos é que essas pessoas num curto trecho possam regressar às suas zonas de origem, para as suas aldeias, para continuarem na reconstrução do distrito”.
Questionado sobre a existência de um plano para a gestão dos deslocados, o administrador de Chiúre disse ainda não possuir.
“Nós não temos nenhum plano específico, fora daquele que temos estado a implementar, seguindo aquilo que temos feito numa base anual, que é o Plano Económico e Social, em que todo o cidadão, a nível da província, está envolvido. Nós não temos planificação com eles como se fossem deslocados. Deslocação é uma situação que aconteceu. Então, nós não podemos considerá-los uma população que esteja a vir de fora do distrito”.