Fonte: Diário económico
Após várias horas de negociação, os co-legisladores da União Europeia, o Conselho e o Parlamento Europeu chegaram a um acordo provisório sobre as primeiras regras do mundo para regular a Inteligência Artificial (IA).
A informação foi avançada pela presidência espanhola do Conselho da União Europeia (UE) que, numa publicação na rede social X (antigo Twitter), indica que a estrutura que junta os Estados-membros e os eurodeputados “chegou a um acordo provisório sobre a lei relativa à Inteligência Artificial”, um regulamento que “visa garantir que os sistemas de IA implementados e utilizados na UE são seguros e respeitam os direitos fundamentais e os valores europeus”.
Também a Comissão Europeia, que propôs este regulamento, se congratulou no X com esta ‘luz verde’ provisória, nomeadamente o comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, que falou num momento “histórico” já que, com este aval, “a UE torna-se no primeiro continente a definir regras claras para a utilização da IA”.
Entretanto, e ainda no X, a líder do Executivo comunitário, Ursula von der Leyen, salientou que esta lei “é uma novidade a nível mundial” e introduz um “quadro jurídico único”, enquanto a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, falou num “momento histórico para a Europa digital”.
A Comissão Europeia apresentou, em 2021, esta proposta para salvaguardar os valores e direitos fundamentais da UE e a segurança dos utilizadores, obrigando os sistemas considerados de alto risco a cumprir requisitos obrigatórios relacionados com a sua fiabilidade.
Esta será, então, a primeira regulação direccionada para a IA, apesar de os criadores e responsáveis pelo desenvolvimento desta tecnologia estarem já sujeitos à legislação europeia em matéria de direitos fundamentais, de protecção dos consumidores e de regras em matéria de segurança.
Previsto está que sejam introduzidos requisitos adicionais para colmatar os riscos, como a existência de supervisão humana ou a obrigação de informação clara sobre as capacidades e as limitações da Inteligência Artificial.
A IA tem vindo a ser cada vez mais usada em áreas como o entretenimento (personalização dos conteúdos), o comércio online (previsão dos gostos dos consumidores), os electrodomésticos (programação inteligente) e os equipamentos electrónicos (recurso aos assistentes virtuais como a Siri ou a Alexa, entre outros).
A Comissão Europeia tem tentado reforçar a cooperação entre os Estados-membros relativamente à IA, mas ainda não existe um enquadramento legal comum, pelo que o objectivo é passar de uma abordagem voluntária para a esfera regulatória.