Fonte: O País
O acidente que matou cerca de 32 pessoas e feriu outras 27 em Maluana, no distrito da Manhiça, continua sem resposta após o prazo de 30 dias estabelecido pelo Conselho de Ministros para que a comissão criada de modo a apurar as razões do sinistro apresentasse suas conclusões.
O facto é que passa já uma semana após o prazo estabelecido para que a Comissão de Inquérito constituída por José Mutchine, Juiz Conselheiro jubilado do Tribunal Administrativo, Chefe da Comissão, Lo Kam Chong, da Ordem dos Engenheiros de Moçambique, Mário Jacob, membro da Ordem dos Médicos de Moçambique, Domingos Guiamba, da Ordem dos Engenheiros de Moçambique, Alexandre Nhampossa e membro da Associação Moçambicana para Vítimas de Insegurança Rodoviários apresentasse os resultados das investigações.
Falando sobre o acidente, Américo Ubisse, analista presente no programa Noite Informativa da STV Notícias, diz que devido a sensibilidade do assunto, é importante que se apresente algum relatório do trabalho mesmo que este não seja conclusivo, tendo em conta o sofrimento das famílias.
“ A sensibilidade do assunto impõe que a prestação de informação, mesmo para que se diga as dificuldades que estão enfrentando para dar seguimento com aquilo que a sociedade espera”, explicou Ubisse.
Por seu turno, Ismael Mussá, outro analista, defende que o maior problema é a falta de comunicação por parte dos vários órgãos do Estado.
“Acho que o maior problema é a dificuldade de comunicar, eu acho que não há razões para o Estado moçambicano ter tantas dificuldades para se relacionar com a comunicação, há adidos de imprensa, há pessoas especializadas em comunicação a trabalharem para o Governo e estas pessoas deviam ser mais proactivas”, alertou o analista.
Sobre o acidente de Maluana, Dércio Alfazema foi mais sarcástico afirmando que “eu tenho receio que até não tenham iniciado o trabalho”. Alfazema levanta outra hipótese que poderá estar por detrás da demora na apresentação dos resultados do inquérito.
“Depois temos outra dimensão, que é a complexidade do trabalho. Não se limitava claramente ao acidente de Maluana, mas era para olhar as causas dos acidentes. A intervenção do Conselho de Ministros dava uma indicação de um trabalho amplo, para além de que podem estar envolvidas questões de logísticas para a prossecução das investigações”, frisou.