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Urge um treinamento comportamental aos profissionais da Saúde para que pacientes não sejam tratados como prisioneiros

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Fonte: Ponto Certo

O Sistema Nacional de Saúde (SNS) deve desenvolver um programa de treinamento psicológico destinado aos seus profissionais, para que saibam lidar com o utente de forma afectiva, paciente e empática, sem recorrer a maus tratos e cobranças ilícitas.

“Através de departamentos de recursos humanos, deve-se começar a promover treinamentos e estratégias de sensibilização, para que os trabalhadores aprendam a lidar com os pacientes de forma afectiva e para que sejam pacientes com pessoas enfermas”, afirma a psicóloga, adiantando que os profissionais, ao serem treinados, poderão saber gerir a irritabilidade durante o atendimento aos pacientes. “Deve haver treinamento comportamental para que os pacientes não mais sejam tratados como prisioneiros nos hospitais”, sublinha.

O posicionamento foi defendido recentemente pela psicóloga clínica Lia Viegas, numa entrevista concedida ao Observatório Cidadão para Saúde (OCS), em Maputo, depois da publicação da reportagem que denuncia a ocorrência de maus tratos, degradação de lavabos e inexistência de fontes de fornecimento de água no Hospital Geral de Mavalane (HGM).

De acordo com a psicóloga, deve-se transformar o comportamento dos profissionais de saúde para que as unidades sanitárias sejam pontos seguros para todos os indivíduos, independentemente da sua condição financeira.

Ela acrescentou ainda que, “se deve transformar comportamentos. Não se vai despedir todos os trabalhadores que não saibam lidar com os utentes. A verdade é que os comportamentos de alguns devem ser lapidados para que não mais prejudiquem os pacientes”, defende Viegas.

O programa de treinamento psicológico e comportamental, de acordo com a psicológica, é urgente no actual SNS para que alguns problemas básicos que enfermam o sector sejam ultrapassados. “Há uma grande queixa nos atendimentos. Seja nos postos de saúde, nos hospitais distritais, provinciais ou centrais… com a transformação de comportamentos, evitar-se-ia a demora no atendimento ao utente, acabar-se-ia com cobranças ilícitas e, acima de tudo, acabar-se-ia com a grande violação de Direitos Humanos e da Dignidade Humana”, argumenta a fonte, acrescentando que “nenhum profissional de saúde devia ter medo de dar as caras pelo trabalho que presta ao sector.”

“A insuficiência salarial não pode ser motivo para a violação dos direitos do consumidor. Não se pode descarregar frustrações salariais e pessoais nos pacientes”, afirma a psicóloga. Recorrendo a teorias psicológicas –através de uma linguagem acessível e facilitada – Viegas explica que o paciente, quando maltratado pelos agentes de saúde, recorre à automedicação e, aos poucos, desenvolve uma depressão profunda que lhe pode levar à morte imediata.

“Do ponto de vista psicológico, os pacientes perdem a paciência, abandonam o hospital; ficam trastornados, o seu estado de espírito torna-se revoltoso, desistem de ir ao hospital e deprimem-se por falta assistência técnica. Depois segue-se a automedicação – prática em que o paciente começa a usar alternativas perigosas, tomando medicamentos desconhecidos, em quantidades nocivas”, explica a psicóloga.

“Alguns misturam a medicação tradicional e a moderna e depois perdem a vida. Para evitar estes transtornos, devemos ter bons profissionais para que o utente não tenha a sensação de que a sua vida está a ser desleixada”, acrescenta.

Para a psicóloga, não faz sentido que se negue o celular aos pacientes internados nos hospitais, dado que a comunicação entre estes e seus familiares pode constituir um antídoto contra a enfermidade de que padecem. “Neste momento, há uma política de que os internados já não podem levar consigo o celular.

Esta proibição não faz sentido porque os agentes querem evitar que sejam gravados em situações de actos ilícitos, a violar os Direitos Humanos”, denuncia Viegas.

A psicóloga acrescenta ainda que “as reclamações dos utentes precisam de chegar as autoridades do Ministério Saúde (MISAU) para que o público se sinta respeitado e privilegiado.”

“Os pacientes devem ser ouvidos para que não mais se sintam ameaçados ou agredidos pelos profissionais de saúde”, remata Viegas, sublinhando que o Ministério da Saúde deve investir imenso na formação comportamental de seus trabalhadores para que a salvação de vidas humanas decorra condignamente.

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