Fonte: Diário do País
A chefe da diplomacia moçambicana prometeu ontem que o Estado vai “fazer tudo para garantir” o sucesso da missão das forças da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) destacadas para apoiar o combate ao terrorismo em Cabo Delgado.
“Gostaríamos de dizer que o Governo de Moçambique vai efetivamente colaborar em tudo que for necessário para o sucesso da missão”, disse Verónica Macamo, momentos após uma reunião com o chefe da missão da SADC, Mpho Molomo, em Maputo.
Para a Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, a abertura da SADC para apoiar Moçambique no combate a grupos terroristas em Cabo Delgado é um sinal de que a região não vai permitir o surgimento de movimentos extremistas.
“Na SADC não queremos terrorismo e quando isso acontece todos nós nos juntamos para debelar este mal”, frisou a chefe da diplomacia moçambicana.
O Ministério da Defesa moçambicano anunciou ontem a chegada ao país de uma “equipa de avanço” para a preparação das condições de envio da força militar da SADC que vai apoiar o com-bate aos grupos armados na região norte.
“Já existe essa equipa de avanço, que está a trabalhar com as nossas equipas no terreno, para a receção da força” da
SADC, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa, Omar Saranga, em declarações à emissora pública Rádio Moçambique.
No âmbito de um mandato outorgado pelos chefes de Estado e de Governo da SADC, a organização regional vai destacar para Moçambique um contingente militar para o combate aos grupos armados que protagonizam ataques na província de Cabo Delgado há mais de três anos.
Não é publicamente conhecido o número de militares que a organização vai enviar a Moçambique, mas peritos militares já tinham avançado que a missão deve ser composta por cerca de três mil soldados. Em Cabo Delgado, já se encontra um contingente de mil militares e polícias do Ruanda para a luta contra os grupos armados, no quadro de um acordo bilateral entre o Governo moçambicano e as autoridades de Kigali.
Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo Estado Islâmico.
Há mais de 2.800 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 732.000 deslocados, de acordo com as Nações Unidas.