Violência em Chiapas: Centenas fogem das batalhas de cartéis no sul do México

Fonte: BbcNews

Centenas de pessoas fugiram de suas casas no estado de Chiapas, no sul do México, enquanto dois cartéis rivais lutam pelo controle das rotas que usam para contrabandear migrantes e drogas.

Um funcionário local disse que mais de 700 residentes foram deslocados de suas comunidades perto da fronteira com a Guatemala.

O cartel da Nova Geração de Jalisco (CJNG) está tentando arrancar a área das garras do cartel de Sinaloa.

Dezenas de pessoas foram supostamente mortas nas últimas semanas.

Chiapas é o estado mais pobre do México, com uma grande população indígena.

Organizações criminosas como o CJNG e o cartel de Sinaloa têm se infiltrado na região por causa de sua proximidade com a fronteira com a Guatemala e importantes rotas de trânsito para migrantes, a quem extorquem, e rotas de contrabando de cocaína. As comunidades mais atingidas são Chicomuselo e La Concordia. Moradores de Chicomuselo disseram que 20 pessoas – 18 membros de gangues e dois moradores locais – foram mortas em uma batalha de cartel em 4 de janeiro.

Os moradores locais disseram que tiveram que se acovardar em suas casas enquanto as balas voavam por suas casas durante o tiroteio de sete horas que começou pouco antes do meio-dia, horário local.

Em um comunicado, a comunidade descreveu “a dor de ver crianças e jovens tremendo de medo e ficando doentes por ter que viver essas experiências traumáticas”.

Eles também acusaram o estado de não protegê-los.

No entanto, a promotoria do estado de Chiapas divulgou um comunicado cinco dias depois dizendo que não havia recebido nenhum relatório de nenhum assassinato na área.

Os militares foram enviados para a região, mas os moradores locais dizem que agora estão sendo pegos no fogo cruzado quando as forças de segurança enfrentam os cartéis.

Famílias inteiras deixaram suas casas e cruzaram o vizinho lago Angostura de barco para escapar da violência dos últimos dias.

Jornalistas locais disseram que suas aldeias agora se assemelhavam a cidades fantasmas.

O funcionário da proteção civil de Chiapas, Luis Manuel García Moreno, disse à Rádio Fórmula que 701 pessoas fugiram para a cidade de Comitán, a maioria delas mulheres e crianças.